quinta-feira, 4 de março de 2010

Litoral Chileno (fragmentos)

Estamos chocados e tristes com esta tragédia no Chile, país que amamos e que sempre nos tratou muito bem! Imaginamos a destruição no litoral cujas casas  são conforme abaixo (o verão deles e as águas do pacífico são bem diferentes daqui e o conceito de veraneio em nada lembra o nosso…).

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Casa de veraneio, em boa parte do litoral chileno, é assim. Nestas de casinhas amarela, na noite em que pernoitamos, teve um pequeno tremor em 2008…

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Abaixo casas provisórias após um terremoto leve comparado com o deste ano (‘mirem’ o uso de bandeiras nacionais, coisa bem comum no Chile)

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CHE, CHE, CHILE!…..

Companheiros/as de MH no Chile (terremoto)

“27/02/2010 Valparaiso/ A tragédia. (graças a Deus estamos bem).
Às 3;40 da madrugada, em sono profundo, fomos acordados por um vento muito forte balançando o mh, o pensamento que veio a mim e à Maria foi: Se aqui está ventando assim, não vou descer mais, pois o carro vai virar, na Patagônia. Agora não é mais balanço, é chacoalho, são pulos, corri p/ o volante p/ ligar o carro e abaixar as sapatas, sem olhar para fora, mas a Maria olhou pela janela e viu que as folhas não balançavam e sim as jamantas e postes de luz. Foi um terror, todos saíram dos carros de pijamas e shorts, os caminhoneiros estavam apavorados, dizendo que aqui há tremores, mas não desse jeito. Havia um clarão ao longe, talvez de um transformador em chamas, que logo se apagou; a partir desse momento todos que estavam no posto e outros que chegavam da estrada ficaram doidos atrás de notícias, via celular, fixo e internet que não funcionavam, a luz acabou, ficando com gerador, os produtos caíram das prateleiras, um extintor também, soltou-se um pouco de reboque da parede, mas a estrutura do posto, restaurante e dependências agüentou bem (estrutura metálica). Corremos para abastecer, pois já se formava fila nas bombas, mesmo às 4 da manhã; nenhuma notícia, até que alguns conseguiram falar ao celular. Os funcionários do posto, estavam até mais apavorados que nós, com os rostos pálidos e olhos assustados.Em meio à confusão e sem notícias, nos recolhemos às casinhas, para aguardar o amanhecer. O que mais nos preocupou naquele momento, foi a impossibilidade de contato com nossos filhos e familiares. Agora são 17;30 do dia 27, aqui está tudo mais calmo, embora tenhamos notícias alarmantes de tsunamis em outros locais, sintamos pequenos tremores de vez em quando, e já enviamos notícias nossas para acalmar os que estão longe e tão perto de nosso coração. As rutas principais foram fechadas (provisóriamente) , bem como os acessos a Santiago (por segurança), onde houve quedas de passarelas e pontes, o Aeroporto só deve atender helicópteros, e pelas notícias não há como se seguir para o sul do Chile. Nos sentimos, apesar de tudo, e lamentando muitas mortes pelo país, agradecidos a Deus por uma série fatos, como o de termos passado pelos Caracoles por 3 vezes em 2 dias, não encontrado parada nem pouso em Viña nem Valparaiso, não ter chegado a tempo em Santiago, não estar abaixo de Santiago, todos esses, locais onde a tragédia foi grande, e estarmos em local bem seguro nesse instante. Nos reunimos pela manhã, e abraçados, decidimos traçar nova rota possível, voltando à Argentina, e provàvelmente, indo p/ o sul por outro caminho seguro. Ainda não será dessa vez que esfriaremos os pés. Obrigado aos parentes e amigos pelo apoio, e estejam certos de que tudo sairá bem, pois estamos com Deus nos guiando. Aos filhos de todos dessa viagem, deixamos nossa bênção, certos de que Deus também os está assistindo hoje e sempre. Tchau!!!!” (JF/Maria Alvim)

Acompanhe mais esta aventura de MH.