Chegamos no final da tarde em Canavieiras e estacionamos no Posto BR da entrada da cidade. Renato já tinha acertado com um frentista o empréstimo de luz (há dois dias o gerador não funcionava) mas o dono desautorizou o frentista ficando claro que inventou argumentos pra não ceder luz. Apesar de todas as informações prestadas quanto ao consumo de energia, o proprietário não se sensibilizou. Resultado: saímos em procura de outro lugar. Menos mal que o Renato ficou pra abastecer no outro dia!
Resultou que acabamos por descobrir um lugar muito legal, a Pousada Costa Verde, (e-mail: pousada.costaverde@bol.com.br praia da Costa – Canaveiras BA (73) 3284-1608 9995-9034) de propriedade do Sr. João.
Ele nos recebeu amavelmente e notamos que no local tinha uma estrutura básica pra motor homes. Iríamos ficar apenas até o dia seguinte mas, face as gentilezas do João e toda a sua família, ficamos três dias. Ele cobra R$ 10,00 por pessoa mais R$ 10,00 pelo motorhome. A Pousada é separada da praia apenas pela rua.
Seu João é muito bem relacionado na cidade. Renato se valeu disso e perguntou a ele se não havia um eletricista pra dar uma olhada no gerador, que há dois dias não estava virando … de pronto apareceu o profissional para o qual seu João ligou, trazido por um de seus filhos, e – o melhor – resolveu o problema (o terra estava um pouco oxidado e impedia que o gerador virasse).
Renato manteve longos papos com ele, profundo conhecedor das coisas da região … sem deixar de lembrar sua calma e tranquilidade baianas!
Canavieiras é mais uma cidade histórica que, inicialmente habitada pelos índios pataxós, foi colonizada no início de 1700. Ali “foram plantados os primeiros cacaueiros da Bahia, na fazenda Cubículo, com sementes trazidas da floresta amazônica.”
É uma cidade plana e isso explica a quantidade de bicicletas. Fica numa ilha com 17 km de praia, cercada por manguezais (considerada a capital do caranguejo), com amplas calçadas e praças no centro histórico cujo casario, próximo ao antigo porto, é lindo. Muitos já estão restaurados mas a cidade ainda carece de mais restaurações. Enfim nós a achamos acolhedora e, dizem as ‘boas línguas’ que são imperdíveis o Festival de Moquecas da Atalaia e o Torneio de Pesca do Marlin azul (entre novembro e dezembro).
Desde que chegamos ao litoral baiano o tempo alterna entre sol e aguaceiros (afinal maio e junho correspondem aos meses de chuva na região). Nada que estrague a temporada pois a chuva acontece à noite e, no máximo, às 10h o sol já brilha soberano…
Numa destas noites, após um aguaceiro, fomos jantar no restaurante Caravelas (pertíssimo da pousada). Bela decisão… Atendidos pela proprietária/cozinheira (Maria) tivemos uma refeição dos deuses.
Cevado? (não confundir com ‘catado’ = desfiado): “Bem se você vai pegá-lo na natureza, pelamordedeus, pegue só os machos, e fora da época de reprodução, que se dá no início da primavera.
Após a captura, coloque-os em um cercado, ou um chiqueiro, e dê bastante folhas de goiaba e limão para limpá-los completamente. A comida para cevá-los podem ser folhas tipo couve, alface, frutas”.
Renato não resistiu à moqueca, desta vez de peixe vermelho … delícia pura!
Faltou dizer: doeu ver a extensa e privilegiada (à beira mar) estrutura do camping CCB fechada, sem luz e sem água (embora a família do ex-funcionário ainda esteja lá mantendo o terreno limpo mas sem receber salário há dois anos).