sábado, 6 de outubro de 2012

MARCHA LENTA (reflexão)

Encontro Brusque

Edmundo Marten postou no Grupo do Rancho Móvel, gostamos e dividimos esta reflexão com vocês.

Considerando o exposto abaixo, o hábito de muitos caravanistas deixarem o motor ligado enquanto procuram um lugar que lhes agrade nos encontros e nos campings (principalmente tarde da noite e/ou de madrugada) é fruto do desconhecimento ou dá má educação. Bom saber…

“O hábito irracional de deixar ônibus e caminhões ligados operando em marcha lenta nas paradas ao invés de desligar o motor em terminais de transbordo de passageiros e paradas para carga e descarga, motoristas de veículos pesados a diesel desinformados têm o máu hábito de deixar o veículo funcionando em marcha lenta. Estudos realizados nos Estados Unidos estimam que caminhões médios operam em marcha lenta por cerca de 41 minutos por dia e os mais pesados por 105 minutos (ou 640 h/ano).
No Brasil, supondo que os ônibus urbanos permaneçam ligados nas garagens e em terminais por cerca de duas horas por dia (730 h/ano), e sendo o consumo médio em marcha lenta dos veículos novos e regulados de cerca de 1,1 l/h, estima-se um desperdício de, no mínimo, 820 l/ano de óleo diesel, o equivalente a R$ 1400,00/ano por ônibus. Uma frota de cem ônibus joga fora com essa prática, mais de R$ 140.000,00/ano – valor de um ônibus novo. Se a frota da Cidade de São Paulo, de dez mil ônibus, praticar a marcha lenta irracional, queimará 8,2 milhões de litros de diesel a cada ano - o equivalente a 100 (cem) ônibus novos.
Além do desmedido desperdício de combustível, de acordo com estudo de 2003 do California Air Resouces Board , um único veículo a diesel pesado operando em marcha lenta emite cerca de 25g/h de monóxido de carbono (CO), 4 g/h de hidrocarbonetos (HC), 80 g/h de óxidos de nitrogênio (NOx), 3 g/h de material particulado (MP) e 4000 g/h de dióxido de carbono (CO2) - esse último sendo o maior responsável pelo “Efeito Estufa”. Ao final do ano, cada veículo lançará desnecessariamente na atmosfera cerca de 18 kg de CO, 3 kg de HC, 60 kg de NOx, 2,2 kg de MP e3 ton de CO2. Se, por exemplo, apenas 10% da frota a diesel da Região Metropolitana de São Paulo praticarem a marcha lenta nas paradas, seria lançada anualmente na atmosfera a carga adicional de 3,7 mil toneladas de poluentes tóxicos.
A experiência internacional mostra ainda, que diversos estados e comunidades locais já têm regulamentos simples para o controle dessa prática danosa à economia e ao meio ambiente, proibindo o funcionamento de veículos pesados em marcha por mais de cinco minutos, com pesadas multas aos infratores.
Por sua vez, as montadoras sugerem um tempo de aquecimento dos motores a diesel de menos de cinco minutos. Na verdade, nos dias mais frios, são necessários apenas trinta segundos em marcha lenta para que o óleo do motor circule. A operação prolongada em marcha lenta não aquece devidamente o motor e os resíduos de combustível não queimado causam o dobro de desgaste nos componentes internos do motor, comparado a outros regimes de funcionamento. O acúmulo de água na descarga também ocorre nessa condição, reduzindo a vida útil do sistema de escapamento. Em suma, a movimentação do veículo é a melhor forma de aquecer o motor e seus componentes.
Segundo o Natural Resources Canada , desligar e ligar o veículo sucessivamente, ao contrário doque se imagina, não prejudica o sistema de partida e não consome mais combustível do que operar o veículo em marcha lenta por mais de 10 segundos. Desligar o motor sempre que possível é, sem dúvida, a melhor forma de conduzir um veículo com eficiência, economia e respeito à saúde pública e ao meio ambiente.
Elaborado por:
Eng Olimpio de Melo Alvares Junior
ETEP/CETESB
Jun/2005”
http://www.arb.ca.gov/msprog/truck-idling/workshop-notice-05-09-2003.doc
http://oee.nrcan.gc.ca/idling/tool_kit/d17_e.cfm