A van da minha avó (Luís Cardoso)
Há onze anos que o faz. Maria Amélia Fernandes, de 78 anos, conduz a sua autocaravana de Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, rumo a Marrocos, sozinha e destemida. Esta professora primária reformada acolheu Marrocos como a sua “segunda pátria” onde todos os anos passa lá cerca de cinco meses, conta uma reportagem do Jornal de Notícias.
De Ílhavo para Marrocos. É assim há onze anos e Maria Amélia Fernandes quer que continue a sê-lo por muitos mais, ou pelo menos até “perceber quando chegar a hora de parar”. Para trás ficam seis filhos e onze netos.
Esta professora primária reformada, de 78 anos, viaja anualmente para Marrocos onde passa cerca de cinco meses, incluindo a época natalícia, escreve o Jornal de Notícias. E “se a saúde não falhar”, este ano não será diferente.
Consigo leva o bacalhau, o “fiel amigo” que lhe traz memórias de Portugal. Quando estas lhe falham ou as saudades crescem, recorre à Internet para falar com a família.
Marrocos é já uma segunda casa, “uma segunda pátria”, onde se sente tão bem como se em Portugal estivesse.
A autocaravana conta já com 150 mil quilómetros e uma série de aventuras na bagagem. As viagens começaram quando ainda o marido era vivo, mas a sua morte, há onze anos, não lhe colocou um travão. “Quatro meses depois de perder o meu marido, pequei na autocaravana e fui até ao Algarve”.
Maria Amélia Fernandes garante não sofrer de solidão e assegura ainda que consegue sempre ocupar o seu tempo quando está em terras africanas. Ora passeia no mercado, ora anda de bicicleta, ora caminha à beira-mar.
Um testemunho bonito!
Uma mulher de fibra, mãe de 6 filhos, vive na Gafanha da Nazaré, ou melhor vive numa Van correndo mundo.
